Data: 12/03/2013
Ivanor Mattos – Paróquia Divino Semeador
Nos dias atuais, em especial na realidade social do nosso país, vivemos e presenciamos verdadeiras cenas de barbáries contra nossas crianças. Sabemos que a delinquência infanto-juvenil tem uma origem e está centrado na desagregação familiar onde o desemprego, a miséria por consequência leva o pai e ou a mãe ao álcool, as drogas e tantas vezes ao homicídio coletivo.
Nesse contexto os filhos são as primeiras vítimas de um processo que por certo os jogará nas ruas, para então serem absorvidos na maioria das vezes pelo crime comercial infanto-juvenil por esses “comerciantes” que visam o lucro imediato orientando a criança e o adolescente para o crime (ato infracional), o furto, as drogas e a prostituição.
Neste mundo que alguns adultos e cristãos conhecem apenas superficialmente através da imprensa escrita falada e televisionada crianças e adolescentes vivem cotidianamente a lei de Darwin: “Os aptos sobreviverão e os inaptos perecerão.” Nós cidadãos e cidadãs já estão habituados a ver crianças sendo maltratadas, sabe-se de casos de promiscuidade, atentados violento ao pudor e estupros dentro de suas próprias casas. É dever da família, da comunidade da sociedade em geral e do poder público, assegurar com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referente à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito à liberdade e a convivência familiar e comunitária. (Artigo 4 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente)
A criança já no ventre da mãe tem seus direitos assegurados sendo preservado para o dom maior de Deus, que é a vida. É assegurado a gestante, através do Sistema Único de Saúde o atendimento pré e perinatal (Artigo 8 do ECA). Cabe-nos a pergunta: Será que nós cristãos e cristãs não estamos assistindo a tudo numa passividade muito próxima da omissão e da conivência? Com certeza temos nossa parcela de culpa ao desobedecermos a uma ordem sagrada. Disse-lhes Jesus: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos Céus é para aqueles que se lhes assemelham.” (Mt. 19: 13-15)
Que esse versículo nos remeta a uma profunda reflexão sobre o que Cristo quer nos dizer, que a luz do Senhor nos ilumine a estarmos atentos para o verdadeiro espírito da solidariedade do amor e da partilha para com os menos favorecidos, não só com o alimento sólido para nutrição do nosso organismo, mas também com o alimento espiritual, a luz do Evangelho.