ORDEM DE SÃO BENTO EPISCOPAL ANGLICANA

Data: 15/04/2024

No Brasil o trabalho beneditino anglicano existe graças especialmente ao Prior Fundador, Reverendíssimo Conêgo Sebastião Teixeira, chamado Frei Benito, OSB, clérigo emérito da Diocese Meridional da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, o qual, por iniciativa pessoal, a partir de 1993 procurou conhecer e se aprofundar na espiritualidade beneditina, sob orientação do seu amigo, Abade Dom Joaquim de Arruda Zamith (Igreja Católica Apostólica Romana).

O Conêgo Sebastião inicialmente não teve intenção em fundar uma Ordem Religiosa, porém – uma vez orientado e abençoado por Dom Zamith, figura tão importante no mundo beneditino brasileiro, e com a procura de outros irmãos pela espiritualidade de São Bento em sua diocese (Meridional) – Frei Benito originou em 1995 primeiramente um grupo informal e, três anos depois, a partir da criação de mais outro grupo, desta vez na Diocese Sul Ocidental em 1998, podemos dizer que se constituiu sob o seu Priorado (que deixou de ser restrito a uma Diocese), o que foi chamado inicialmente de Oblatos Anglicanos de São Bento (OASB), e hoje simplesmente de Ordem de São Bento Episcopal Anglicana (OSB – EA).

A Ordem de São Bento Episcopal Anglicana (OSB – EA), é um grupo composto por membros clericais e leigos de ambos os sexos da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), 19ª Província da Comunhão Anglicana, e que, com conhecimento da IEAB e dentro do ethos anglicano, segue a Regra de São Bento de Núrsia, tendo seus membros internamente subordinados ao Regimento Geral da Ordem (documento equivalente ao seu Estatuto), buscando no caminho das Sagradas Escrituras servir a Cristo, aperfeiçoando continuamente – sob orientações do Priorado – o exercício espiritual e disciplinar do Ora et Labora, através do Opus Dei, da Lectio Divina e do Labor.

A OSB – EA se conforma à doutrina, disciplina e culto da IEAB, não sendo possível sua existência desvinculada dela, e é um grupo único, estruturado de forma nacional (isto é, com abrangência provincial), tendo seus membros presentes em todas as dioceses cujo Bispo ou Bispa Diocesano(a) autorize sua participação individual, ou não revogue autorização dada pelo(a) antecessor(a).

Por ser uma Ordem de tradição anglicana, que defende como indispensável a comunhão com Cantuária, a Ordem de São Bento Episcopal Anglicana tem como seu símbolo, e insígnia oficial, a Cruz de Canterbury com a medalha de São Bento cravada ao Centro, estando à frente a face onde há as iniciais CSSML NDSMD.

Sendo uma Ordem mista, admite pessoas maiores de idade de ambos os sexos, e possibilita igualmente a ocupação de cargos, funções e atribuições, desde que atendidas as disposições e os rígidos critérios do Regimento Geral da Ordem.

Sem dúvida a primeira implicação para quem deseja ser um Oblato beneditino ou Oblata beneditina é: “Escuta…” essa será a primeira lição. Mas, pondo numa linguagem mais comum (talvez até simplista), a consequência da escuta será observar, estudar, cultivar espiritualidade e – dentro das possibilidades de cada um – ser um cristão ou uma cristã de profunda dedicação, onde estiver.

A Ordem busca ser, mesmo com seus membros a distância, um espaço de comunhão, intercessão mútua, estudo constante e cultivo da espiritualidade. Buscar coerência nas nossas atitudes, bom senso no agir, pensar antes de falar, conhecer a si mesmo(a) e buscar autocontrole é aprendizado constante para quem deseja trilhar esse caminho. Ninguém chegará a perfeição, mas o beneditino, irmanado com seus iguais, anda nessa estrada.

Outro detalhe: ao optar por ser um beneditino ou uma beneditina a pessoa não deixa de ser cristã e nem deixa (em nosso caso) de ser anglicana, muito pelo contrário, como já explicamos ao início, a história do Anglicanismo e do Beneditismo se cruzam. Porém, logicamente, no processo de aprendizado bebemos das inúmeras fontes beneditinas: das mais conservadoras as mais progressistas, das mais tradicionais as mais reformadas, para que possamos ter uma visão completa e equilibrada, sempre com foco na espiritualidade numa perspectiva do ethos anglicano, ao mesmo tempo em que elementos dessa tradição, como o canto gregoriano e a liturgia das horas, serão exploradas no tempo oportuno.

A vida comunitária é vista como uma ordenada sucessão de oração, atividade e reflexão que reflete diretamente na Tríplice Corda, a qual queremos discorrer. 

A Regra de São Bento estabelece primeiro o ”OPUS DEI”, no qual os monges, em comunidade, celebram sete vezes ao dia o Ofício Diário, composto de salmos, hinos, antífonas, responsórios e leituras bíblicas. O modelo espalhou-se por toda Europa, e embora sofresse adaptações e desenvolvimentos durante os séculos, converteu-se, por mais de mil anos, em norma para toda a Igreja Ocidental. Nós, como Oblatos, procuramos manter nossa vida de oração pessoal e comunitária, dentro da espiritualidade beneditina, rezando o Ofício Divino, oração essa pertencente à toda tradição cristã, respeitando o estado de vida de cada irmão ou irmã.

Enfatiza, em segundo lugar, a “LECTIO DIVINA”, na qual os irmãos refletem sobre textos bíblicos, os escritos dos Santos Pais e Mestres da espiritualidade, para que, num tranqüilo processo de absorção, baseado na verdade da Palavra de Deus, nutrir suas inteligências e moldar um temperamento reflexivo e contemplativo de devoção. Nós oblatos, nos comprometemos individualmente ou comunitariamente, meditar e contemplar a Palavra de Deus ao longo do dia.

Em terceiro lugar se estabelece o ”LABOR”, que assegura para as pequenas comunidades monásticas a auto-sustentabilidade social, espiritual e econômica. O ritmo de trabalho e oração oferecia uma espiritualidade integrada e equilibrada. Deus era glorificado tanto pelo uso e mordomia da criação, quanto na articulação do louvor na Igreja. Nós, Oblatos, não vivemos em mosteiros, mas no século (mundo) e por isso nos ocupamos com funções seculares para que nossa entrega a Deus seja perfeita.

Como Oblatos, uma Ordem que não é comunitariamente fechada, como a nossa, esses ensinamentos são trazidos e adaptados para a vida no século, para a vida fora do mosteiro como pessoas que interagem com o mundo, constituindo essa adaptação material para a nossa vivência e também de nossos estudos.

Como a rotina de vida de cada membro é fora do mosteiro, a liturgia das horas é feita individualmente por cada membro em seu dia-a-dia e dentro das suas possibilidades, conforme sua realidade pessoal.

Coletivamente, em datas agendadas, a Liturgia das Horas também é praticada pela Ordem reunida, sendo usada de acordo com o momento do dia. Para os membros, participantes ou visitantes aos trabalhos da Ordem, que possuem um Capítulo Beneditino em sua região isso, é feito presencialmente, e para todos os membros pelo meio virtual duas vezes ao mês.

MEMBROS DA ORDEM

  1. Prior

Rev. Presb. Marcio de Figueiredo (Fr. Albino de Angers)

  • Oblação: 2020 (Fr. Márcio fazia parte de outro movimento Beneditino “Ora et Labora” fundado por Dom Prado)
  • Diocese Anglicana de Pelotas (DAP)
  • Conselho da Ordem

Rev. Presb. Reginaldo Marcelo (Fr. João Crisóstomo) – Decano

  • Oblação: 2011
  • Diocese Anglicana de São Paulo (DASP)

Rev. Diac. Victor Hugo de Oliveira Marques (Fr. Agostinho de Hipona) – Secretário

  • Oblação: 2017
  • Distrito Missionário Anglicano (DMA)

Rev. Presb. Fernando Rei Ponçadilha (Fr. Makarius de Chipre) – Conselheiro

  • Oblação: 2020
  • Diocese Sul Ocidental (DSO)
  • Irmãos

Rev. Diac. Elias Leôncio Brito Filho (Fr. João de Capistrano)

  • Oblação: 2013
  • Diocese Anglicana do Recife (DAR)

Rev. Diac. Anderson Bruno Costa (Fr. Thomas Cranmer) 

  • Oblação: 2020
  • Diocese Anglicana do Recife (DAR)

José Salvador Alves (Fr. José da Expectação)

  • Oblação: 2024
  • Diocese Anglicana de São Paulo (DASP)

OBLATOS LICENCIADOS

  • Bispo Renato Raatz (Frei Anselmo), feito oblato pelo Prior Sebastião em 1999. Licença vitalícia por sagração episcopal
  • Rev. Álvaro Antunes Junior
  1. Noviços
  • Rev. Rafael Vilaça (DAR)
  • Oldair (DAR)