Reflexões: Cristo Vive

Dom Renato Raatz – Bispo da Diocese Anglicana de Pelotas

Cristo Vive! Venceu o inimigo maior – a morte. “Findou-se a luta de Jesus! Venceu, por fim, a dura cruz! Já nos desertos raia a luz”, com fé: “ Ó Pai Celestial, que fizeste com que a aurora santa brilhasse com a glória da ressurreição do Senhor; aviva em tua Igreja o Espírito Santo de adoção, que nos é dado no Batismo, a fim de que nós, sendo renovados tanto no corpo como na mente, te adoremos com sinceridade e verdade.” Eis aí uma lição extraordinária! Um testemunho grandioso que nos ajuda a ter esperança num mundo melhor, onde Deus caminha com seu povo e se faz Igreja solidária.

Ficamos entristecidos e amargurados com o sofrimento e morte de Jesus, que se fez nosso irmão, e entregou sua vida para a redenção da humanidade. Acompanhamos seus passos rumo ao Gólgota, seguindo a tradição litúrgica da Quaresma e Semana Santa. Na Páscoa temos como um novo amanhecer. O Servo Sofredor, desprezado, abandonado, negado, traído, condenado e morto “ressurge como o sol, dentre a noite feia – diz o poeta sacro. Refulge nova luz. Vivo estás ó Cristo.”

O apóstolo São Paulo lembra que “aquele que foi perseguido, morto e crucificado, ressuscitou para trazer vida a todos os perseguidos, a todos os crucificados, a todos os marginalizados, a todos aqueles que não tinham direito à vida. Eis aí uma mensagem que impacta o coração das pessoas e promove novos valores. “todos nós sabemos o quanto nossa sociedade também precisa ser impregnada por novos valores, os valores do evangelho de Cristo e não os valores do consumismo, da prosperidade, da prepotência; mas os valores do perdão, do amor, do acolhimento, do serviço e da inclusão.”

Fiquemos, pois, atentos às normas emanadas do próprio Deus alicerçadas no amor, o bem maior, e com isso desestabilizando situações há muito acomodadas e que se fundamentam no egoísmo e no pensar pessoal que levam ao esquecimento de valores preponderantes como justiça, solidariedade, retidão. Busquemos o bom caminho, sempre orientados pelo dom do amor, da verdade, da justiça, sementes das quais brota a vida em sua plenitude.