Visita aos Quilombolas de Canguçu

Data: 26/04/2021

Na última quinta-feira, dia 22 de abril, a Bispa Diocesana Meriglei Simim e o Rev. Eraldo Carvalho estiveram em visita as comunidades quilombolas da cidade de Canguçu. Os grupos quilombolas existentes no município são: quilombo da Santa Clara, Armada, Cerro das Velhas, Iguatemi, Estância da Figueira, Potreiro Grande, Manuel do Rego, Favila, Maçambique, Boqueirão, Cerro da Vigília, Faxinal, Cerro da Boneca, Passo do Lourenço, Filhos de Quilombo e Bisa Vicenta. As famílias, são cadastradas no CAD-Único do governo federal, sendo metade delas beneficiarias do bolsa família. Este apoio levado pela Diocese Anglicana de Pelotas, que se junta a secretaria de Assistência social do município se dará de forma conjunta, a buscarmos soluções para dar uma qualidade de vida as famílias. Serão atendidas 16 comunidades que, historicamente, sofrem com segregação e descaso por parte dos governantes, situação agravada com a pandemia. São 511 famílias, em média, 500 mulheres, 150 idosos e 450 crianças, representando um universo de aproximadamente 1100 pessoas que receberão socorro graças a todas as pessoas que contribuem nas suas paróquias com ofertas e promoções.

É importante recordar que os quilombos são comunidades que eram formadas por pessoas escravizadas que fugiam da crueldade. Ainda que a escravidão institucional tenha acabado em 1888, práticas de discriminação e eugenia (supor que uma raça era superior a outra), só foram criminalizadas com a atual constituição, de 1988. Quer dizer, a segregação só foi proibida nos últimos 33 anos. Antes disso, além de clubes e espaços de lazer, escolas, hospitais e outros serviços básicos também podiam ser separados para pessoas brancas e negras, em não raras vezes, chegavam a ser negados, o que sempre inviabilizou que estas pessoas melhorassem sua condição de vida. A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil foi uma das primeiras instituições do país a oferecer educação igualitária para todas as pessoas, justifica-se com isso a felicidade de nossa Bispa ao encontrar uma jovem advogada quilombola, que dentre as dificuldades, graças a justos auxílios de combate a desigualdade, conseguiu alcançar este sonho, não só seu, mas de toda a comunidade quilombola.

Cristo diz que quem ajuda as pessoas em necessidade está ajudando ele próprio (MT25,35-45). No capítulo 8, do mesmo evangelho, Nosso Senhor fala que o filho do homem, no caso ele mesmo, não tem onde reclinar a cabeça, quem auxilia as pessoas que passam por dificuldade estão amparando o próprio Cristo, que vive em todas. Qualquer alguém que passe fome, sede, dor e medo pode estar nesta situação esquecida do mundo inteiro, mas certamente não está esquecida por Deus, que junto dela compartilha de suas dores. Quando os reis magos, representando as nações da Terra, foram buscar o Rei dos céus, procuraram primeiro no palácio, que grande erro, o encontraram na manjedoura, no chão, ensinando ao mundo todo que para encontrar Deus não devemos olhar pra cima, mas pra baixo. A Igreja não segue verdades novas, ou ideologias, cumpre tão somente a vontade de Jesus Cristo, “ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 24). Quem quiser colaborar com estes trabalhos mantenha suas ofertas em dia, elas ajudam na manutenção de todos os serviços de diaconia da Igreja.

Entre em contato conosco, e vamos juntos mudar esta realidade.Agradecemos ao Secretário de Assistência Social Eliezer Timm, que nos recebeu e se alegrou com o apoio dado por nossa diocese. E salientamos o importante trabalho realizado por Maica Tainara Soares Ferreira, que é coordenadora do trabalho com etnias.A igreja não parou!!!!!!!